Animal descoberto por pescadores em Pernambuco revoluciona Biologia
É uma daquelas descobertas que agitam os meios acadêmicos, suscitam congressos e artigos em revistas especializadas e, sem demora, tornam-se assunto obrigatório nas mesas de bar. Muito propriamente, aliás. Em setembro último, um grupo de pescadores de Pernambuco revolucionou a Biologia ao descobrir, por acaso, uma nova forma de vida aquática. Um celenterado aparentemente idêntico à popular água-viva (Aurelia aurita), salvo por uma peculiaridade inédita: em vez de conter basicamente H2O em seu interior, este animal é composto por 95% de um líquido que passarinho ou gaivota nenhuma se atreveria a dar uma bicadinha. É isso aí, cachaça (com perdão do slogan emprestado e prontamente mal empregado). Nomeada por cientistas de “aguardente-viva” (Boaideia birita), o mais novo símbolo da fauna brasileira é formado apenas por caninha de primeira, segundo atestaram especialistas no assunto.
Apesar do inegável valor científico, a descoberta vem gerando polêmicas acaloradas que, como qualquer discussão de botequim, provavelmente se estenderá por um bom tempo – e olha que a conta nem chegou ainda. A controvérsia teve início quando seis pescadores de uma cooperativa de Garanhuns (PE) relataram a ambientalistas e curiosos do lugar, que haviam se deparado, por acaso, com um “bixim danado de arretado e cheio de traiçoagem”. Fato este que provocou uma avalanche de mensagens desconfiadas e de protesto, como as de vários kardecistas e espíritas, que diziam que o tal espécime podia até existir, mas “o acaso”, não! Portanto, que se retratassem.
Apesar do inegável valor científico, a descoberta vem gerando polêmicas acaloradas que, como qualquer discussão de botequim, provavelmente se estenderá por um bom tempo – e olha que a conta nem chegou ainda. A controvérsia teve início quando seis pescadores de uma cooperativa de Garanhuns (PE) relataram a ambientalistas e curiosos do lugar, que haviam se deparado, por acaso, com um “bixim danado de arretado e cheio de traiçoagem”. Fato este que provocou uma avalanche de mensagens desconfiadas e de protesto, como as de vários kardecistas e espíritas, que diziam que o tal espécime podia até existir, mas “o acaso”, não! Portanto, que se retratassem.
Depois do esclarecido, foi a vez de nova discordância irracional e despropositada acirrar os ânimos: agora com a patrulha de radicais estudiosos de geografia, que diziam estranhar o aparecimento de pescadores e animais marinhos em uma cidade situada no alto do Planalto da Borborema e a 896m acima do nível do mar. A acusação respingou até mesmo em certos repórteres, culpados por erros crassos de apuração, leviandade no tratamento e divulgação da informação, assim como por desvio moral e profissional. Vejam vocês! Ignoravam, estes infames, que a cidade fica encravada sobre uma reserva hidromineral de grande potencial, cercada de fontes de águas minerais, ricas em magnésio e que, aliadas ao clima, tem sido de grande relevância para o turismo – e que por isso, deveria explicar alguma coisa.
Doutor em Biologia Marinha pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o especialista Ricardo Moura confirma a possibilidade da existência do estranho ser vivo: “já vínhamos tomando conhecimento, através de amigos ambientalistas nordestinos, de reações isoladas e bastante esquisitas de banhistas em contato com o que imaginávamos ser uma espécie mutante de água-viva”, afirmou o biólogo – que recentemente ganhou fama repentina ao constatar a morte por leptospirose do pai da atriz Daniela Sarahyba, após este beber um refrigerante em lata sem lavá-la (a lata, não a Daniela). “Era difícil comprovar essa importantíssima descoberta, uma vez que ninguém afetado por esse celenterado pensava em recolher o espécime para análise.”