Mais do que apontarmos falhas de preparação, projetos mal feitos, estouros no orçamento e atrasos nas obras, temos que exaltar a presença do maior evento esportivo das Américas, sendo realizado na cidade do Rio de Janeiro pela primeira vez em sua história.
Temos sim, que cobrar e fiscalizar os gastos públicos com essa gigantesca estrutura esportiva que vem sendo montada. Mas, mais do que isso, temos que agradecer e comemorar todos os feitos e legados esportivos, seja com construções, arenas, incentivos ou projetos para o esporte olímpico, que serão deixadas para o povo brasileiro e, principalmente, para o povo carioca.
Projetos que não saíram do papel, dinheiro previsto que não foi suficiente, projetos públicos realizados sem licitação, tudo isso importa. Importa e muito! Mas não podemos nos abater pela falta de estrutura e planejamento adequados para a organização de um evento esportivo deste porte, apresentadas por nossas autoridades “competentes”. Temos sim, que erguer os braços – sem que para isso incentivemos a greve dos funcionários envolvidos nas obras do Pan! – e louvar todas as melhorias que serão deixadas para a nossa cidade, todos os equipamentos, quadras, centros e praças esportivas que serão aproveitadas pelo poder público, em prol do esporte.
A chance de incentivarmos um número cada vez maior de jovens a praticarem o esporte, saírem das ruas e não se envolverem em más companhias – onde é possível vislumbrar um futuro e perseguir alguns sonhos através do suor e do esforço físico – é muito mais importante e comovente, do que nos atentarmos “apenas” às falhas administrativas e fiscais e aos erros de projeto. Promover a integração do ser humano, da sociedade e do meio ambiente, através de um projeto interdisciplinar esportivo como esse, tem como função, o objetivo de formar cidadãos capazes de influenciar na melhoria da qualidade de vida.
Exaltemos, pois, a realização destes Jogos Pan-Americanos na cidade do Rio de Janeiro neste ano de 2007, como uma vitória da democracia esportiva, um marco na história do esporte nacional e o início de vários sonhos para uma geração de jovens e futuros atletas carentes de apoio.
João Paulo Anzanello - MARÇO 2007
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