01 de setembro de 2009
O conteúdo gerado pelo usuário e as redes sociais não vão tornar o assessor de imprensa uma figura obsoleta - desde que ele se ligue e comece a olhar para webanalytics e business intelligence.
Por Stivy Malty Soares
O futuro incerto frente ao presente pseudo-caótico da comunicação tem deixado jornalistas e assessores de imprensa de cabelos em pé. Qual o futuro dos “press releasers” e das agências de assessoria, agora que informação é gerada em tempo real também pelo próprio mercado?
Bloggers, diretores de empresas e o próprio público têm ou não capacidade para seguir com a mesma qualidade de serviços? Isso tem importância para o leitor?
É fato que o volume de informações geradas informalmente hoje supera muito o volume formalmente desenvolvido pelos profissionais da comunicação. O que se discute não é a qualidade com a qual essa nova informação é apresentada, mas o fato de que ela acontece em tempo real e parece suprir a necessidade de consumo do público.
Como diz uma das máximas do mercado, o ótimo é inimigo do bom. E o bom supre a demanda.
Os blogs, as mídias sociais e até o próprio e-mail podem transmitir a informação de forma muito rápida e imparcial - e isto é o que o público procura, diferente da mensagem perfeitamente formatada, que cria a aura de produção e sugere uma imagem de falsidade e direcionamento de interesses.
O público demonstra que a mensagem realmente consumida é a que circula nos meios informais. Jornais, revistas e a própria TV continuam importantes e servem para que o público confirme aquilo que já foi lido durante o dia, na web.
Em rodas de jornalistas, o comentário é o de que os diplomas podem ser jogados no lixo e que estudaram tanto para nada. Mas calma, não é bem assim!
Não é o fim da assessoria de imprensa e do jornalismo formal. O fim da reserva de mercado já ocorreu em várias profissões e faz parte da evolução das espécies. Quem evolui junto ao mercado sobrevive; quem bate o pé na areia movediça se enterra cada vez mais. Nas rodas é fácil identificar quem tende a se reciclar e quem resiste e vai ficar para trás.
Metas para os objetivos da comunicação
Por conta das novas necessidades de organização da informação e do direcionamento de conteúdo pertinente e aderente a cada perfil de consumidor, técnicas e ferramentas de database marketing, business intelligence, webanalytics e de marketing direto têm auxiliado as agências de comunicação a se reinventarem através da chamada “Comunicação Multidirecional”.
Crie indicadores
As técnicas de BI e de estatística ajudam a criar e a gerir novos indicadores importantes e que realmente interessam ao mercado, não mais resultados irrelevantes.
As técnicas de database marketing ajudam a definir o público alvo para cada tipo de informação, com base em seu perfil e interesses, sempre com foco nos objetivos da comunicação.
- O que foi entregue e o que foi de fato consumido?
- Que tipo de cliente responde melhor a cada método de comunicação?
- Que tipo de cliente responde melhor a cada meio de comunicação?
- Como melhorar os resultados e o índice de interesse do público?
Métricas
As técnicas de webanalytics auxiliam a medir os resultados de cada mídia online. Associadas às técnicas de Web Intelligence, formam uma base tecnológica perfeita para as agências entrarem com segurança no meio digital. Além disso, já existem ferramentas que ajudam a medir os resultados de imagem através de mídias sociais.
- O que estão dizendo sobre minha empresa?
- É positivo ou negativo?
- Esse conteúdo informal tem afetado o valor de minha empresa? E as vendas?
- Como reverter comentários negativos e amplificar os positivos?
Conteúdo para diferentes canais
O marketing estratégico e o marketing direto auxiliam as assessorias de imprensa a formatar a comunicação de modo a ser interpretada e consumida por cada tipo de público, de forma coerente e através de canais pertinentes.
- Que tipo de informação deve circular em blogs, Twitter e em redes sociais?
- Que tipo de informação deve ser divulgada através de e-mail marketing aos clientes?
- Que tipo de informação deve apenas gerar conteúdo para ser indexado em sites de buscas e ficar disponível para quem pesquisar?
- O que deve ir para jornais, revistas e para a TV? Como e com que tipo de linguagem?
Com tudo isso, a “comunicação multidirecional” é uma das soluções mais rápidas e de resultados mais expressivos para que as assessorias de imprensa recuperem o fôlego, não apenas da geração de conteúdo, mas principalmente pela distribuição e medição de resultados. Comunicação sem métricas já não faz mais sentido, assim como a exposição de conteúdo de forma aleatória. Quem conseguir associar todas essas técnicas de comunicação, está com um bom futuro garantido. É isso que o público deseja, mesmo sem ter consciência.