Nunca o aguardado dia da formatura foi tão temido pelos universitários brasileiros. Aquela certeza de que uma boa formação e uma graduação competente e teoricamente equilibrada era garantia de um futuro profissional promissor e de uma carreira de sucesso, está cada vez mais se tornando uma lenda urbana de mercado, um paradigma educacional no atual cenário do dos postos de trabalho do nosso país.
A mão-de-obra qualificada que anualmente as universidades “despejam” no mercado é cada dia crescente. Por outro lado, a oferta por novos empregos é cada vez menor e o acúmulo de função dos profissionais já estabelecidos é uma prática cada vez mais utilizada. Com isso, novas vagas não são geradas e os alunos, recém-saídos da faculdade e ávidos por um futuro promissor, se deparam com a grande frustração de hoje: “neste momento, infelizmente seu perfil não se encaixa na nossa companhia, mas agradecemos sua participação e manteremos seu currículo em nosso banco de dados para futuras oportunidades”.
Mensagens como esta são recebidas a todo instante nas caixas de mensagens dos jovens candidatos; o tempo passa, a apreensão e o medo de engrossar a lista do desemprego aumenta e as chances de uma colocação no mercado de trabalho vão ficando cada vez mais escassas. Não basta aumentar o número de cursos de formação, se não há escoamento suficiente para essa produção. A máxima do “desemprego que gera desemprego” é conjugada essencialmente por fatores que vão desde a falta de emprego suficiente para alocar essa mão-de-obra, passando pela desmotivação pessoal, falta de acompanhamento e capacitação psicológica, até chegar à fatídica falta de experiência profissional, cada vez mais requisitada pelas empresas e contratantes – que não reflete a falta de oportunidade que o recém-formado tem para “mostrar serviço”.
Chegamos, assim, a uma outra máxima clássica do problema: como ter experiência suficiente para atender à solicitação da vaga, se ao profissional não lhe é dada a oportunidade de trabalhar e adquirir essa experiência? Acredito que a solução, a curto prazo, seja capacitar com maior intensidade (ainda que no processo de formação do universitário), com estágios coordenados, laboratórios e orientações vocacionais, a experiência prática do aluno e buscar soluções que permitam compreender melhor o mercado e de que forma ele poderá ser melhor aproveitado, direcionando suas experiências para onde o nicho de trabalho possa ser melhor absorvido.
JPAnzanello.
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