Depois de quase um ano, desde a anunciada volta às quadras, Gustavo Kuerten, o Guga, não consegue mais se estabilizar e manter o nível concentrado e vencedor do seu jogo, sempre caracterizado por golpes potentes e muito bem angulados. Com várias eliminações em primeira rodada, fica difícil manter a intensidade e o volume de jogo – importantíssimos para voltar a adquirir confiança e consistência no seu jogo. Pode parecer uma visão um pouco pessimista, mas de acordo com as próprias palavras do Guga, sem essas condições, e com o preparo físico ainda instável e preocupante, acredito que ele não terá condições de ser um jogador top novamente.
Digo isso, pois em toda sua vitoriosa trajetória, o Guga sempre se caracterizou por ser um dos jogadores que mais treinavam dentre todos do circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Ou seja, se com toda a qualidade técnica que ele sempre apresentou – desde que despontou para o mundo conquistando seu primeiro título em Roland Garros, em 1996 – a parte física e os treinamentos intensos sempre andaram lado a lado com as suas conquistas, não será de outra forma que o Guga conseguirá retomar o foco e o nível competitivo de outrora. E a pergunta que fica é essa: será que ele terá força e motivação suficiente para reconduzir seu corpo e mente ao nível de antes?
Se o Guga pensa em se manter ativo, jogando, sem se preocupar com os títulos, vitórias e a adrenalina dos grandes torneios, tudo bem, é um direito que ele tem; sua condição financeira e seu status como ex-número 1 do ranking, permitem tal pensamento. Agora, se ele pretende voltar aos velhos tempos, ou mesmo se pretende “beliscar” algum Grand Slam, ou um torneio Master Series, não será dessa forma, amargando maus resultados um atrás do outro, que ele irá conseguir.
Fica então a indagação pertinente a esse e a outros vários momentos que acometem a carreira dos mais variados esportistas de alto nível na história: será possível a um grande vencedor e recordista manter-se na ativa, apenas praticando a máxima do famoso Barão de Coubertin? Pode ser, mas que dói ver um atleta do nível do Guga jogando atualmente, e sabendo de tudo aquilo que ele já foi capaz de realizar, fica a vontade de ver suas raquetes aposentadas no alto do olimpo dos imortais do tênis mundial.
JPAnzanello.
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