O Dia Mundial da Propaganda não existe



VOX NEWS - 4/12/2007

O Dia Mundial da Propaganda não existe. A data é comemorada hoje apenas no Brasil, com muito ênfase, e na Argentina com menos entusiasmo, enquanto o resto do planeta a ignora. Tudo começou no I Congresso Sul-americano de Propaganda realizado em Buenos Aires, em 1936; no calor dos acontecimentos se propôs a data de encerramento do conclave, quatro de dezembro, como referência para um Dia Pan-americano da Propaganda que doravante seria comemorado. O Pan-americanismo como ideologia estava em alta, era o contraponto das Américas à influência Alemã em rádios e jornais e na economia do continente. Logo teríamos uma guerra (1939-45) e no auge dela a idéia do Pan-americanismo reforçada na propaganda e na mídia. Nos anos 70 apenas o Brasil e a Argentina continuavam a celebrar a data, foi então que alguém (até hoje não consegui descobrir nem como, nem quando) transformou o Dia Pan-americano em Dia Mundial, a mídia especializada passou a usar uma e outra referência e já na década seguinte apenas o Dia Mundial prevaleceu.
O fato é que comemoramos há 70 anos a data, com premiações, almoços, coquéteis, eventos em todo o Brasil e também a publicação de anúncios voltados para o “trade”. O anúncio postado acima foi veiculado pela GFM-Propeg, então presidida por Rodrigo De Sá Menezes, Bahia, em 1982. Criação de Haroldo Cardoso, Marco Gavazza e João Carlos Mosteiro. Anúncio de oportunidade que resgata um corajoso depoimento do poeta Carlos Drummond de Andrade, crônica publicada em jornal, sobre a propaganda. O texto faz bem a auto-estima da classe, testemunhal espontâneo de um dos ícones da moderna literatura brasileira.
Post de Nelson Varón Cadena, autor do livro "Brasil. 100 anos de Propaganda". Atualmente escreve "Do mascate ao PDV-Uma História do Marketing Promocional no Brasil". É criador do blog Almanaque da Comunicação.

Papai Joel

E não é que o Natalino aprontou das suas novamente e nos brindou com mais um excelente presente de Natal? Pois é, mais uma vez, após a pífia campanha de 2005, quando chegamos (e muito) a temer pelo pior e o Joel nos salvou da Segundona, ele assumiu o time, na penúltima posição, com 12 pontos de diferença para o primeiro time fora da zona de descenso e, com 1 rodada de antecipação, classificou o Mengão para a Libertadores 2008!

Haja estrela, hein Natalino!? Boas festas e muito obrigado, a Nação agradece! E que venha o Bi Estadual...

Canal de TV exibe os 50 filmes para assistir antes de morrer

Do G1 - Portal de Notícias da Globo.com
28/11/2007
Todo amante da sétima arte gosta de fazer listas de seus filmes favoritos, que podem ser clássicos ou simplesmente longas que ficaram na memória por algum motivo. Mas, afinal, quais são aqueles filmes obrigatórios, que não devemos passar a vida sem assistir?
O canal de televisão TCM Classic Hollywood, da TVA e Sky, embarca nessa idéia e promove durante o mês de dezembro o ciclo 50 Filmes para Assistir Antes de Morrer, que começa no sábado (dia 1º) e vai até o dia 26.

A lista do canal (segue abaixo, não necessariamente nessa ordem) tem como base uma votação do American Film Institute, que reúne diretores, atores e críticos especializados de Hollywood. A seleção não se restringe a clássicos antigos como “Casablanca” e “Cantando na chuva”, mas também inclui clássicos pop como “E.T.”, “Laranja mecânica”, “Rocky, um lutador” e “Tubarão”.

1. "A nave da revolta"
2. "Sindicato dos ladrões"
3. "O mágico de Oz"
4. "Este mundo é um hospício"
5. "Cantando na chuva"
6. "A primeira noite de um homem"
7. "Ben-Hur"
8. "O dia em que a Terra parou"
9. "Sementes de violência"
10. "Amor, sublime amor"
11. "Psicose"
12. "Sem destino"
13. "Super-Homem"
14. "Platoon"
15. "E o vento levou"
16. "Levada da breca"
17. "E.T. – o extraterrestre"
18. "Rocky, um lutador"
19. "A um passo da eternidade"
20. "O milagre de Anne Sullivan"
21. "Anatomia de um crime"
22. "Laranja mecânica"
23. "Adivinhe quem vem para jantar?"
24. "Quem tem medo de Virgínia Wolf?"
25. "Cidadão Kane"
26. "Vidas amargas"
27. "Um corpo que cai"
28. "Manhattan"
29. "Lawrence da Arábia"
30. "King Kong"
31. "A ponte do rio Kwai"
32. "Taxi driver"
33. "A mulher faz o homem"
34. "Intriga internacional"
35. "Vinhas da ira"
36. "Kramer vs. Kramer"
37. "Rastros de ódio"
38. "O expresso da meia-noite"
39. "O falcão maltês"
40. "Bonnie & Clide – uma rajada de balas"
41. "Operação dragão"
42. "Onde começa o inferno"
43. "Os profissionais"
44. "À beira do abismo"
45. "Tubarão"
46. "2001: uma odisséia no espaço"
47. "Núpcias de um escândalo"
48. "Sinfonia em Paris"
49. "Casablanca"
50. "Gata em teto de zinco quente"

A farsa de 1987

"Eu nem deveria perder meu tempo escrevendo essas linhas. Mas infelizmente, vivo num país que prefere sempre escolher o absurdo, ao invés de ver o óbvio. Não me importo com a opinião das pessoas, nem todas têm acesso aos fatos, mas mesmo os que possuem, se negam a aceitar o que é certo, em detrimento de rixas idiotas. Preferem posar de ignorantes. Mas isso no Brasil, apenas. Em qualquer lugar do mundo, não se discutiria a validade do gol 1000, se Zico foi craque mesmo sem ter vencido Copa do Mundo, quem foi melhor, Pelé ou Maradona e quem é o campeão nacional, o da primeira divisão, ou um apanhado político. Só no Brasil. Mas antes de explicar 1987, voltemos a 1986.

A falida e ridicularizada CBF acabara de organizar um campeonato brasileiro com nada menos do que 80 clubes. Oitenta. Talvez a FA CUP tenha algo próximo a isso. Dentre os times participantes, “esquadrões poderosos” como Sampaio Corrêa, Rio Branco, Alecrim e CSA. O campeonato, de tão absurdo, terminou em 1987. Ao final, com méritos, claro, o São Paulo se sagrou campeão ao vencer o Guarani e estavam classificados para o Brasileirão 87, nada menos do que 30 times. Pelo regulamento, o Botafogo, 32º colocado, estaria fora. O campeonato foi um fracasso de público. A prática da política de Arena não funcionava mais. O povo queria um campeonato digno e mais simples. Não havia mais investidores para bancar esse circo com quase 100 times. Quem se lembra da época, houve o risco real de não termos campeonato brasileiro em 1987. Diante de tal ameaça, os treze maiores clubes do Brasil, liderados pelo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, correram atrás de patrocínio e organizaram o seu próprio campeonato. A Varig bancaria as viagens, a Globo garantiria as transmissões e uma rede de hotéis – confesso me escapar o nome – daria as hospedagens. Tudo isso porque havia confiança no produto.

É claro que vão dizer: "Globo, Varig, isso é seriedade!?" Na falta de argumentos, tentam tudo. O consenso determinou que 16 clubes fosse o número ideal para compor o campeonato e assim convidaram três para completar a lista. A CBF, cujas más administrações a tornava a única responsável pela caótica situação, não se opôs a que o campeonato dos 16 clubes substituísse a antiga fórmula do Campeonato Brasileiro. Leiam bem: NÃO SE OPÔS. Era a maior revolução do futebol brasileiro em todos os tempos. Um campeonato rápido, certo e com os grandes times do Brasil. Uma liga nos moldes que hoje são os campeonatos inglês, alemão e italiano. Os clubes controlam o futebol. Mas aqui é Brasil.

Vendo o enorme sucesso de público e crítica que a Copa União estava obtendo, com jogos lotados, horários decentes e futebol de primeira linha, a CBF sentiu que era chegada a hora de atrapalhar. Comandada por Otávio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid (de longe os piores dirigentes que essa empresa já possuiu e que nada ganharam com o futebol, ou melhor, tudo destruíram), foi inventado um cruzamento patético entre o campeão da segunda divisão e o da primeira. Um detalhe: não havia ainda nem uma segunda divisão jogando! Ela seria criada e empurrada “goela abaixo” por clubes que ficaram de fora do campeonato. É claro que a CBF tinha seus interesses políticos, tais quais hoje os têm Eurico Miranda quando quer um estadual do Rio com 75 times, um autêntico Fut-Bairros. A CBF criou os módulos. A CBF criou os cruzamentos. A CBF, que quase quebrou o futebol brasileiro e abriu mão da organização do campeonato não participando em NADA na criação das regras e regulamento, queria agora entrar de qualquer jeito na festa.

Com o campeonato já em andamento e muito antes de qualquer final ter sequer sido desenhada, o Clube dos 13, de forma unânime, rejeitou a proposta e seguiu seu caminho. Isso, ainda na primeira fase da Copa União. Para os clubes grandes do país, o campeão nacional seria o vencedor da Copa União, a copa que reunia os melhores clubes do país.

Em qualquer país sério, isso bastaria para que fosse considerado o campeão nacional. Mas não no Brasil. Ou, pelo menos, não naquele Brasil de Sarney, de Otávio e de Nabi. Com a Copa União se afunilando, a pressão da CBF aumentou, mas o Clube dos 13, novamente de forma UNÂNIME, disse não. Não aceitaria participar desse disparate. E deu-se no dia 13 de dezembro de 1987, debaixo de um dilúvio bíblico no Rio de Janeiro, a decisão entre Flamengo e Internacional, perante 95 mil pessoas no Maracanã e outras milhões espalhadas Brasil afora. A final que a TV transmitiu. Que o mundo noticiou. Que o Fantástico ilustrou para abrir sua edição daquele dia, com o hino do campeão. A final que honraria a luta dos clubes pelo futebol sério, ao menos naquele ano. A final de um campeonato que poderia ter mudado o futebol brasileiro, com o apoio moral de todas as maiores torcidas do país.

Enquanto isso... O Guarani venceu o Sport por 2x0. Alguém aqui se lembra disso? O Sport devolveu o placar, longe da atenção do Brasil, que nesse dia ligava a TV para ver a final no Maracanã. Ninguém sequer viu essa partida. E o esdrúxulo regulamento ainda ignorava o saldo de gols que o time de Pernambuco teria por vencer o segundo jogo por 3x0. Foram os dois para os pênaltis. Saiu o campeão? Não. Um empate. De tão medíocre o torneio, saiu um empate: 11 a 11 e assim ficou. A CBF não conseguiu tirar um campeão de uma disputa de pênalti! A CBF insistia no confronto, mas nenhum clube do Brasil a levava a sério. O país já pensava no Natal e a empresa do Nabi, então, recolocou os times que não souberam definir os pênaltis para jogar de novo.

Dessa vez deu Sport, não mais treinado por Émerson Leão – este que ainda hoje tenta levar os louros por algo que não ganhou. E Flamengo e Internacional já estavam, a essa altura, pensando no futuro. Seus times nem eram mais os mesmo. Qualquer uma das duas equipes que quisesse enfrentar Sport ou Guarani, trucidaria os rivais. Pra quê? Pra se enfrentar de novo em uma final já realizada? Para ganhar uma vaga na Libertadores e depois de cantar a moralidade, retroceder em prol de Nabi Abi Chedid? Do time do Flamengo, nada menos do que 10 jogadores passaram pela Seleção, muitos com glórias cantadas até hoje. O goleiro do Internacional foi o nosso herói do tetracampeonato. Sabem quantos jogadores o Sport colocou na Seleção? Nenhum. Zero. Nada. Mas o Flamengo fez o certo e entendeu por bem se contentar com o reconhecimento do povo, ignorando solenemente a opinião de Otávio e Nabi sobre o assunto.

O Flamengo sabe que ser campeão não é ter o nome num livro vagabundo e empoeirado no porão da CBF, ou uma vaga num campeonato que, à época, não despertava 50% do tesão dos dias de hoje. Ser campeão não é ceder à pressão de homens que não honram as calças que vestem. Ser campeão é ter alma de campeão, é sentir-se campeão. É saber que venceu os melhores quando foi necessário. É comemorar, num estádio lotado, contra uma equipe igualmente grande em tradição e história, sabendo que o país parou para vê-los jogar, como sempre foi nas finais dos brasileiros ao longo dos anos. Até mesmo quando Atlético/PR e São Caetano se enfrentaram. Até mesmo quando Bangu e Coritiba decidiram em 1985 num Maracanã lotado. Em 87, o país parou e a torcida do Flamengo deixou o Maracanã com a íntima convicção de que era a campeã brasileira. Quem prefere acreditar no engodo da CBF, deve ter chorado na abertura das CPIs.

Deve ter votado em Eurico, Perrela e acha Ives Mendes o homem mais sério do mundo. Deve bater palmas para o acordo Nike/CBF. Eu não me importo. Eu apresento argumentos e está tudo documentado. Os outros preferem acreditar no que diz a Casa Bandida do Futebol (designação tão perfeita, que seu criador ganhou na Justiça o direito de usá-la ad eternum) e em dados perdidos num livro empoeirado escondido em seus porões. As duas taças estão na Gávea: uma entregue no dia da final e a outra, repassada ao Zico, na ocasião de sua despedida."

Autor desconhecido

Memória da Propaganda: O 1º Anúncio de Washington Olivetto

VOX NEWS - 22/10/2007

Em 1971 Washington Olivetto criou os seus três primeiros anúncios e os três primeiros a gente nunca esquece. Washington, com certeza, não. O primeiríssimo, postado neste espaço e reproduzido do livro de Fernando Morais “Na Toca dos Leões”, não ganhou nenhum diploma, mas lhe assegurou o seu primeiro emprego; já o segundo representou a sua primeira premiação num concurso de publicidade, diploma de honra no Prêmio Colunistas.
O anúncio aqui reproduzido (ver ao lado) foi veiculado apenas uma vez, na revista Etapas, de circulação restrita aos sócios do clube paulista Sírio Libanes; segundo Morais com “um involuntário merchandising” do uísque Haig. Involuntário? Merchandising? Em todo caso Olivetto ganhou o emprego na Harding Gimenez, pequena agência do Gimenez, um ex-diretor da Proeme do Enio Mainardi. E foi nessa agência, numa parceria com o Harding Gimenez, o Juvenal Azevedo e o Ângelo Scavuzzo, que criou um anúncio da Tigre, ilustrado com uma privada de tubulação exposta e o título: “A Tigre está mudando as estruturas”.
Conquistou um diploma de honra (o equivalente a finalista) na categoria Melhor Campanha Industrial. Na HGP, sigla da agência, Washington ficou apenas quatro meses para ingressar em seguida na Lince, onde criava o seu, digamos, “terceiro anúncio”, desta vez um comercial para a Deca com a imagem de um pingão caindo da torneira e depois sendo chupado para dentro, com a locução em off explicando o mecanismo de vedação: "a partir de agora se a sua torneira Deca vazar é porque você se esqueceu de fechar”.
Olivetto não há de esquecer nunca esse ano de 1971 em que estreou na publicidade: o seu primeiro emprego, o seu primeiro diploma no Prêmio Colunistas e o seu primeiro filme marcante, o do "pingão", Leão de Bronze no Festival de Cannes, já no ano seguinte.

Post de Nelson Varón Cadena, autor do livro "Brasil. 100 anos de Propaganda". Atualmente escreve "Do mascate ao PDV-Uma História do Marketing Promocional no Brasil". É criador do blog Almanaque da Comunicação.

Uso da crase – PROIBIDO quando:

1. Antes de masculino
Gostava de andar a cavalo. Viajou a serviço. Vendeu tudo a prazo. Comprou um fogão a gás.
2. Antes de verbo
Começou a redigir. Estamos dispostos a colaborar. A lei entra em vigor a partir de hoje.
3. A (singular) + palavra no plural
Referia-se a cidades do interior. Não me refiro a mulheres, e sim a crianças. Presto favores a pessoas dignas. O capital da empresa pertence a entidades governamentais.
4. Antes de artigo indefinido (= uma)
O infrator ficará sujeito a uma multa a ser definida. Ofereceu o prêmio a uma funcionária dedicada.
5. Antes de nome feminino tomado em sentido genérico ou indeterminado
O infrator ficará sujeito a multa. Ela é candidata a rainha do carnaval.
6. Antes de pronome indefinido ou palavra por ele modificada
Entregou o livro a alguém. Isto é útil a qualquer pessoa. Não irei a festa alguma.
7. Antes de pronome demonstrativo (= esta, essa, isto, isso)
Estamos atentos a essa tendência. Ofereceu o prêmio a esta aluna.
8. Antes de pronome pessoal
Dedicou a canção a mim. Entregou a ela tudo que pediu. Elas feriram a si mesmas.
9. Antes de pronomes de tratamento
Dei a carta a Sua Excelência. Ele disse a Vossa Senhoria que não viria. Contei tudo a D. Francisca. Exceções: Senhora, Senhorita, Doutora e Madame.
Transmiti o recado à Senhora Eva. Entreguei o livro à Dra. Márcia.
10. Antes de quem e cujo(s), cuja(s)
Isto convém a quem trai. É a autora a cuja peça me referi.
11. Entre palavras repetidas
Ficaram cara a cara. O líquido cai gota a gota. Venceu de ponta a ponta.
12. Antes de terra como antônimo de bordo
Mandou o marinheiro a terra. Depois de tantos dias no mar, chegamos a terra.
Observação: qualquer outra terra (inclusive o planeta Terra) admite crase.
Depois de tantos dias no mar, chegamos à terra procurada. Vou à terra dos meus avós. O astronauta voltou à Terra.
13. Antes de casa = lar, sua própria casa
Vou a casa. Ele ainda não retornou a casa desde aquele dia.
Observação: qualquer outra casa admite crase.
Vou à casa dos meus pais. Ele ainda não retornou à casa dele.

Garrafa - MailMaster Imakers - JP Anzanello


Roda - MailMaster Imakers - JP Anzanello


Correio - MailMaster Imakers - JP Anzanello


SE CORRER O BICHO PEGA


Acontece que a ansiedade e a angústia em conseguir um lugar ao sol no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, se torna uma tarefa das mais conflitantes e complexas. Se por um lado você carrega uma boa formação acadêmica e está transbordando de idéias, por outro, de uma hora pra outra, você se vê na obrigação de trabalhar e conseguir seu sustento. Pagar sua contas se torna uma dura realidade, e o que antes era uma aventura distante, se apresenta como um presente nebuloso.

Nem sempre foi assim. Todos nós sabemos que no passado, lugar de bom diploma era o emprego certo. As ofertas se debruçavam sobre sua mesa, e o profissional recém-formado tinha a doce decisão de escolher o lugar ideal para trabalhar. As opções eram maiores, a automação do trabalho não era tão grande, a tecnologia ainda não era suficientemente desenvolvida para “abrir mão” da mão-de-obra.
Hoje, os tempos são outros. De boa formação, você passou a ser mais um graduado no meio. A competição é feroz, as vagas estão escassas e a demanda de profissionais é tão grande que bons salários e trabalhos gratificantes começam a se tornar “artigos de luxo”. Se correr o bicho pega, mas se ficar, o bicho come!
Não estou nem entrando no mérito dos melhores, dos maiores, dos mais inteligentes ou capazes, por que esses, por mais que os níveis de QI – índices de “quem indica” – da concorrência sejam eficazes, sempre terão um lugarzinho ao sol do mercado. Me refiro à grande maioria do trabalhadores, bons trabalhadores, capazes de exercer suas funções com competência e qualidade, que bucam de porta em porta um espaço nesse mercado, mas que não vêm encontrando oportunidades suficiente. Na média, ainda que os níveis de educação e qualidade de ensino no país estejam muito aquém do ideal, todo ano formamos bons e muitos profissionais que não têm chance de mostrar seu potencial e que acabam vagando por diferentes postos de trabalho, longe de suas formações, contribuindo com muito pouco, ou quase nada, com o desenvolvimento de suas respectivas profissões.

Por fim, ao analisarmos certas carreiras, nos deparamos com um fator ainda mais complicador: não basta ser bom, ter uma boa formação, conseguir uma indicação ou garimpar uma chance; se você realmente não acreditar em tudo isso, e de que ainda é possível ser feliz, trabalhando na profissão que você escolheu e sendo recompensado financeiramente por isso, ainda podem te acusar de ser pouco “pró-ativo”!!! E aí amigo, suas chances cairão consideravelmente. Vai entender, né!?
É meus caros amigos, não deu... Todos nós sabíamos que a vitória no jogo de ontem era iminente, mas a obrigação do placar elástico, sem poder tomar gols, foi crucial para enervar ainda mais a partida. Nitidamente, perdemos a classificação na primeira partida em Montevidéu, pagamos um preço muito caro pela total falta de empenho e sorte - tivéssemos feito um golzinho sequer lá, e a história teria sido outra hoje. Renato mais uma vez foi um leão! Como ele tá chutando bem, o segundo gol deveria ter valido por dois! Paciência, vida que segue, pois o Brasileirão já está aí e não há tempo nem de chorar o leite derramado. E de mais a mais, estamos soberanos aqui no Rio. É campeão!!!
Tirando o resultado do Grêmio, todos os times que fizeram a segunda partida em casa, não conseguiram reverter a desvantagem sofrida na ida, corroborando o alto preço que o Fla pagou. Tanto Colo Colo, como Toluca e o Vélez - e provavelmente o Paraná hoje - despedem-se da Libertadores com vitórias inúteis e com a frustrante sensação do dever cumprido nos últimos 90 minutos (ou não cumpridos nos 180, cruciais para séries mata-mata).

Haja motivação!!!

Em época de palestras motivacionais, cartazes, presença de familiares, entre outros artifícios psicológicos que os técnicos vêm adotando, na tentativa de buscar uma motivação maior aos seus comandados, ontem, o site oficial do Junior - um dos maiores ídolos da história rubro-negra (e meu também) - trouxe a mensagem passada aos jogadores, nos vestiátios, antes da primeira partida da final entre FLAMENGO x BOTAFOGO. Com uma motivação dessas, vindo de quem veio, minimamente luta e entrega total era esperada! E foi o que aconteceu, ainda que somente nos últimos 45 minutos da partida.
Leia o texto na íntegra:
FLAMENGO MINHA VIDA - "No Flamengo eu cheguei, cresci, lutei, aprendi, me sacrifiquei. Ali me formei como homem e profissional. Tive paciência, fui ajudado e ajudei, dentro e fora de campo. Vi o clube crescer, evoluir, ser exemplo e também vi o descaso, a falta de amor, a recessão e o declinio. Fui jogador, treinador e dirigente. Vibrei, conquistei, sorri e chorei, perdi e ganhei. Fui injustiçado e idolatrado. Já fui Careca, Cabeça, Copacabana, Capacete, Maestro e Vovô Garoto. Fiz amigos e pouquíssimos inimigos. Sorri vendo companheiros chegarem, mas também chorei vendo alguns indo embora. Discuti com jogadores, treinadores, preparadores, massagistas e até com o presidente. Com e sem razão. Fui lateral, volante e meia. Joguei 10 minutos, depois 45, 90 e até 120 minutos num dia só. Fiz gol de direita, de esquerda, de falta e até de cabeça, de pênalti. De dentro e de fora da área. E para não faltar também fiz gol contra. Jamais tinha feito gol em final, mas de repente marquei dois numa única decisão. Cometi pênaltis marcados e também não marcados. Falhei em gols dos adversários, mas salvei meu goleiro em cima da linha. Dei bicicleta a favor e contra meu próprio gol. Dei e levei soco, cotovelada, bico na canela e voadora. Levei pontos na boca, no supercílio, na cabeca. Mas ganhei muitos mais na tabela. Fui responsável por muitas segundas-feiras de alegria e, gracas a Deus, por poucas de tristezas. Dei volta olímpica pelo mundo, no Maracanã, em Porto Alegre, em Montevidéu e, a mais importante, em Tóquio. Foi com Taça Guanabara, Campeonato Carioca, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial. E um dia também fui obrigado a jogar contra minha segunda pele. Ganhei grana, perdi grana e abri mão de grana. Fiz bons e maus contratos, processei e fiz acordos. Mas, o melhor é que fiz dos meus filhos flamenguistas de coração. A minha mulher, claro, sempre foi. Isso tudo é só pra dizer que: “Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo”".

Bendito seja o Dia do Trabalho

Final de semana de decisão, feriado na mão e muitas idéias etílicas na cabeça...
Vamos ao que interessa: Mengão e Fogão fazem o primeiro jogo da decisão do Carioca nesse domingo. Depois de quase três suadas horas na imensa e inconcebível fila da bilheteria 8 do Maraca, já estou contando as horas pro apito inicial! E não vou nem entrar em detalhes dos "porquês" de apenas 3 dos 20 guichês da fatídica bilheteria citada acima estarem funcionando, porque aí seria "chover no molhado"... E vem aí a Copa 2014 no Brasil, salve-se quem puder!!! Você aí, já comprou seu ingressinho do Pan na internet?
Por falar nisso, perguntinha básica: por quê comemoramos o dia do Trabalho, com um feriado??? Mais vale um aumento, né não!? Bom, mas como dia 1º cai na terça e (como bons brasileiros) já estamos contando com o clássico "enforcamento", o "payday"caiu na sexta (hoje, 27/04). Como diria a poetisa: "sobrou pra mim, o bagaço da laranja..." Bom feriado a todos!
NÃO QUE TENHA SIDO UMA GRANDE EXIBIÇÃO NO JOGO DE ONTEM, MAS NÃO PENSO QUE O MENGÃO TENHA JOGADO TÃO MAL ASSIM, PARA JUSTIFICAR AS VAIAS RECEBIDAS DAS ARQUIBANCADAS - SEMPRE ORIENTADAS PELA "TURMINHA" DA RAÇA, QUE PENSA QUE TORCE E AJUDA, MAS NA VERDADE SÓ ATRAPALHA E NÃO SABE LER O JOGO.
NO PRIMEIRO TEMPO, O TIME ATACOU BASTANTE E, NÃO FOSSE PELA MÁ PONTARIA E AZAR DO RONI, PODERÍAMOS TER FEITO UNS DOIS OU TRÊS GOLS A MAIS, ALÉM DO EFICIENTE E PRIMOGÊNITO DO SOUZA NA ETAPA INICIAL.
NO SEGUNDO TEMPO, SEM O NOSSO ARTILHEIRO, O TIME RELAXOU E NÃO BUSCOU MAIS UM RESULTADO MAIOR (DAÍ AS VAIAS!), O QUE PODERIA TER AMPLIADO NOSSO SALDO E FORÇADO O SANTOS A VENCER HOJE - COM O 1X0 DE ONTEM DO FLA, O PEIXE SÓ PRECISA DE UM EMPATE PRA FICAR EM 1º NA CLASSIFICAÇÃO GERAL, POIS TEM SALDO MAIOR.
DE TODO MODO, CLASSIFICAÇÃO INVICTA GARANTIDA! VAMOS PRAS OITAVAS COM A SEGUNDA MELHOR CAMPANHA E DE CABEÇA ERGUIDA PRA ENFRENTAR O PRÓXIMO DESAFIO! VENHA QUEM VIER, ESTAREMOS PRONTOS PRA ENCHER O MARACA E SEGUIR NA LUTA PELO BI!

APAGÃO ALVINEGRO

Em tempos de apagão aéreo e mental nos aeroportos e ministérios da vida, nos deparamos com o agora “apagão alvinegro”. Seja por motivos ou objetivos distintos, o preto e o branco de Rio e SP, convivem com as atuais incertezas e pressões dos resultados.
No Vasco, eliminado de todas as competições disputadas neste primeiro semenstre, seu excêntrico e impávido presidente continua a cometer seus mandos e desmandos, e termina por encerrar o ciclo de Renato Gaúcho no clube. Renato se vai, os títulos também (quando foi o último mesmo?) e o gol mil não sai: será que tudo isso vai influenciar na repetição das eleições vascaínas novamente marcadas para acontecer em breve? Tomara que sim.
No Corinthians, o aguardado desfecho da novela da contratação do sucessor de Leão no comando técnico do clube chegou ao fim: Carpegianni assume, cercado por incertezas e não muitas convicções, fruto de suas passagens não muitos eficientes pelos clubes pelos quais passou – exceção feita ao trabalho no espetacular Flamengo de 81. Se Carpegianni dará conta de controlar a turbulência dos bastidores do Timão e a falta de resultados, isso vamos rapidamente comprovar. O que vai demorar um pouco mais para afirmar no clube vai ser o nebuloso desfecho (se é que esse dia vai chegar) da parceria com o (saco sem-)fundo MSI.
No Botafogo, a euforia causada pelas últimas boas apresentações, principalmente nos clássicos do Estadual do Rio e a boa organização tática apresentada pela equipe, acabou não se transformando em resultado prático na primeira partida das finais da Taça Rio contra o modesto, porém aguerrido, time da Cabofriense. Inúmeras chances de gol criadas, inúmeros suspiros e lamentos da (diga-se de passagem) pequena torcida alvinegar presente no Maraca ontem. Vamos esperar e ver se esse time do Cuca tem mesmo “garrafa pra vender” nessa reta final do Estadual e Copa do Brasil (os próximos 15 serão decisivos), provando que a euforia gerada não é “fogo de palha”.
Por fim, no Santos, com o – na minha opinião – melhor time e o melhor técnico na atualidade, não passou de um decepcionante empate sem gols com o obediente Bragantino, na primeira partida das semifinais do Paulistão. Conviver com o favoritismo e a pressão de vencer, assim como o Botafogo, acabou por atrapalhar os planos do Luxemburgo. Pior para o Peixe, que ao contrário do Fogão, não criou quase nada nos 90 minutos, que justificassem a melhor campanha na fase classificatória.
Ainda assim, acredito totalmente em Santos e Botafogo.
JPAnzanello

Diante de tamanha crueldade e toques de suspense "hitchcockiano", não poderia deixar passar em branco uma pincelada básica em mais uma (frustrada) tentativa do Baixinho de computar o milésimo gol na sua caderneta pessoal. Resolvi então, fazer em forma de versinhos... Lá vai:

O que dizer do Baixinho, será praga do Galinho?

Desde o 999º contra o Urubu, a bola teima em dizer não.

Será que os deuses do futebol não querem elevá-lo ao milésimo degrau?

Tem gente botando fogo nisso, apostando no seu sumiço.

Mas o gol mil vai sair, nem que seja o último a nos fazer sorrir.

Força Romário, não há mal que dure para sempre, nem gol mil que não saia. Embora o Vasco só venha a jogar daqui a mais de 1 mês, vamos continuar torcendo para esse gol dele e para o bem do futebol brasileiro.

Força Romário, as mesmas bananas que você já deu pra torcida, desta vez vão lhe dar energias e potássio suficiente para superar as câimbras da desconfiança. Sua luta não será em vão!

Mas que foi bom ver o Vasco mais uma vez de fora, lá isso foi...

AH TÁ, EU LI SOBRE ISSO, SÓ NÃO ME LEMBRO ONDE...


Sabe aquele texto que você nunca leu, aquele do qual você realmente nem chegou a ultrapassar a barreira da décima página, mas sempre enalteceu o autor como seu favorito? Então, você nem foi até o final, deixou de captar a última mensagem, aquela “moral da história”, o grand finale? Pois bem, vocês também terão vez nessa resenha.

Em se tratando de livros, essa marca é muito bem definida por aqueles leitores que só lêem a orelha, que se deixam tomar pelo impulso de ler uma narrativa, mas não têm paciência, nem a decência, de passar para o capítulo seguinte. Surge então, a categoria dos “leitores de orelha”, aqueles que pretensiosamente se dizem ávidos leitores de livros, quando na verdade, são apenas reprodutores dos temas revelados pelas próprias editoras – resumidos nas orelhas e contracapas da vida. Com isso, eles asseguram conversa suficiente para manter intermináveis horas de bate-papo e ainda posar como intelectualizados e letrados.

Quando se trata de jornal, é clássica uma das seguintes perguntas: “como assim você não leu a matéria que saiu hoje sobre a última invasão americana ao Iraque? Você precisa ler mais jornal, meu chapa!” Na verdade, à vera mesmo, ele não passou da primeira página, fez aquele “apanhado” geral das notícias do dia e pronto: lá vai ele contextualizar todo o noticiário em uma única página. Se perguntarem algum fato mais específico, ou alguma declaração que foi dada na matéria, com certeza ele vai desconversar, mas certamente saberá te dizer em qual caderno, seção ou página aquela matéria se encontra.

Mas você pode ainda bancar o culto apreciador dos textos noticiosos e fictícios dos livros e jornais, lendo apenas o clipping semanal da sua empresa ou de seu departamento, ou ainda, fazendo parte incondicional do “clube do bolinha” ou da “luluzinha”, que todas as manhãs se forma no hall, na sala do cafezinho, ou no “fumódromo”, onde a fofoca da semana é debatida com tanto afinco quanto os temas mais urgentes do trabalho. E aí, vai perder tempo lendo blocos e mais blocos de texto à toa, quando você pode se inteirar “de orelha”, com o resumo dos fatos mais importantes na atualidade? É ruim, hein!

Resumindo: está cada vez mais difícil encontrar tempo e disposição para ler. Mas ler mesmo, compreendendo a mensagem do autor “por inteiro, e não pela metade”! Mas a prática de se manter atualizado e antenado com a informação continua valorizada no meio. O que fazer então, vai arriscar dizer que você “tá por fora”? Sabe aquela máxima da qual você “ouviu o galo cantar, só não sabe onde”? Vai que cola!?

JPAnzanello.
Não há como negar que os melhores times do país atualmente, são Santos e São Paulo, nesta ordem. Também não podemos negar que, tanto Muricy Ramalho, como Vanderlei Luxemburgo, são os melhores técnicos em atividade em terras nacionais.
Mas o grande diferencial mesmo, aquele que, mesmo não sendo um "abismo" de vantagem, é o nível de qualidade do elenco de jogadores, sejam os chamados titulares, como os reservas. A preocupação em montar um bom elenco, com peças de reposição e reservas à altura dos titulares, garante um padrão técnico muito eficiente e regular, capaz de manter a mesma qualidade nas apresentações, mesmo de uma partida para outra e com possíveis desfalques.
A regularidade com que São Paulo e Santos vêm se apresentando impressiona não só pelos resultados, como também, pela eficiência e organização tática distribuída no gramado. Ambos técnicos - Muricy e Varderlei - têm capacidade de escalar sempre uma formação coesa e ciente das suas capacidades e limitações. Mas isso vem ao encontro, em grande parte, por poderem escalar e testar várias formações e jogadores diferentes, sem perderem a qualidade. Ponto para diretoria e comissão técnica, que souberam escolher e compor o elenco.
JPAnzanello.
Salve-se quem puder: o Brasil pode apagar o anunciado e promissor crescimento econômico que vinha ostentando, com o apagão de um apagado presidente...
Nunca é demais lembrar: o feriado da Semana Santa vem aí, hein!!!
Que cenas absurdas foram aquelas??? Os saguões dos aeroportos brasileiros mais pareciam acampamentos do MST, "congestionados" de incrédulos passageiros à espera de uma solução digna para o impasse que se tornou a greve dos controladores de vôo e as "não-medidas" tomadas pelo ridículo Ministro da Defesa e por seu omisso superior Presidente da República.
O país, que já não ostenta muita credibilidade junto aos órgãos internacionais de índices humanitários e sociais, não merece ficar marcado também pelo caos do seu setor aéreo e pela desordem administrativa.
O Turismo, gerador de empregos, e parte da Economia, dependente da rapidez do transporte aeroviário, agradecem. Viva o Lula!

ANTES (UM TEXTO) SÓ, DO QUE MAL ACOMPANHADO



Como podemos diferir um bom texto das demais redações do tipo “papagaio-de-pirata” – aquelas que fazem de tudo para aparecer, prendendo a atenção do leitor? Mais do que exercer esse sentimento de “prender o leitor”, um bom texto é aquele que consegue captar toda a essência da mensagem que se pretende transmitir e repassá-la ao papel, com uma boa coesão lexical, correta gramática e ortografia.

Na redação publicitária, por exemplo, dizemos que conseguimos produzir um bom texto, quando não necessitamos de explicação alguma para que a mensagem consiga ser transmitida ao receptor-consumidor. Do mesmo modo, ao escrevermos um bom texto jornalístico, ou alguma matéria, temos por objetivo transformar a história contada, em fatos bem descritos e apurados, que possam levar à correta compreensão dos personagens e acontecimentos. Ainda nessa linha, ao escrevermos uma suave poesia, ou uma agradável prosa, temos que ter em mente que buscamos não apenas prender a atenção do leitor-consumidor, como também temos que saber levá-los ao universo que queremos retratar e conseguirmos expressar, com nossos versos e rimas, toda a emoção e sentimento que empreendemos no momento em que aquele texto foi produzido.

Mais do que incluirmos figuras de linguagem, personagens ou reticências, temos que aguçar a mente criativa de quem queremos atingir com nossos textos. Não basta ler, é precisar processar a informação e absorvê-la para os próprios padrões de conhecimento de cada um. Se você souber apenas “atingir” aos mais intelectuais, passe a escrever de uma maneira mais acessível. Do mesmo modo, se o seu texto só consegue falar a não menos exigente – porém mais simples – língua do povão, exercite seu lado reflexivo, a língua portuguesa e a sua redação só tem a ganhar com isso.

Mas afinal, do que se trata esse texto – ainda mais com um título desses? Aonde quero chegar? Quero chegar em você, oras, quero transmitir minha mensagem, para que na próxima vez em que você for produzir um texto, mais do que estar preocupado em manter a atenção do seu leitor, seja “enchendo linguiça”, seja retocando a mensagem com floreios e rebuscamentos, você esteja centrado no seu tema e no objetivo maior do seu texto: o leitor.
JPAnzanello.

MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA, DESEMPREGO QUALIFICADO


Nunca o aguardado dia da formatura foi tão temido pelos universitários brasileiros. Aquela certeza de que uma boa formação e uma graduação competente e teoricamente equilibrada era garantia de um futuro profissional promissor e de uma carreira de sucesso, está cada vez mais se tornando uma lenda urbana de mercado, um paradigma educacional no atual cenário do dos postos de trabalho do nosso país.
A mão-de-obra qualificada que anualmente as universidades “despejam” no mercado é cada dia crescente. Por outro lado, a oferta por novos empregos é cada vez menor e o acúmulo de função dos profissionais já estabelecidos é uma prática cada vez mais utilizada. Com isso, novas vagas não são geradas e os alunos, recém-saídos da faculdade e ávidos por um futuro promissor, se deparam com a grande frustração de hoje: “neste momento, infelizmente seu perfil não se encaixa na nossa companhia, mas agradecemos sua participação e manteremos seu currículo em nosso banco de dados para futuras oportunidades”.
Mensagens como esta são recebidas a todo instante nas caixas de mensagens dos jovens candidatos; o tempo passa, a apreensão e o medo de engrossar a lista do desemprego aumenta e as chances de uma colocação no mercado de trabalho vão ficando cada vez mais escassas. Não basta aumentar o número de cursos de formação, se não há escoamento suficiente para essa produção. A máxima do “desemprego que gera desemprego” é conjugada essencialmente por fatores que vão desde a falta de emprego suficiente para alocar essa mão-de-obra, passando pela desmotivação pessoal, falta de acompanhamento e capacitação psicológica, até chegar à fatídica falta de experiência profissional, cada vez mais requisitada pelas empresas e contratantes – que não reflete a falta de oportunidade que o recém-formado tem para “mostrar serviço”.
Chegamos, assim, a uma outra máxima clássica do problema: como ter experiência suficiente para atender à solicitação da vaga, se ao profissional não lhe é dada a oportunidade de trabalhar e adquirir essa experiência? Acredito que a solução, a curto prazo, seja capacitar com maior intensidade (ainda que no processo de formação do universitário), com estágios coordenados, laboratórios e orientações vocacionais, a experiência prática do aluno e buscar soluções que permitam compreender melhor o mercado e de que forma ele poderá ser melhor aproveitado, direcionando suas experiências para onde o nicho de trabalho possa ser melhor absorvido.
JPAnzanello.

ONDE ESTÁ O VELHO GUGA?



Depois de quase um ano, desde a anunciada volta às quadras, Gustavo Kuerten, o Guga, não consegue mais se estabilizar e manter o nível concentrado e vencedor do seu jogo, sempre caracterizado por golpes potentes e muito bem angulados. Com várias eliminações em primeira rodada, fica difícil manter a intensidade e o volume de jogo – importantíssimos para voltar a adquirir confiança e consistência no seu jogo. Pode parecer uma visão um pouco pessimista, mas de acordo com as próprias palavras do Guga, sem essas condições, e com o preparo físico ainda instável e preocupante, acredito que ele não terá condições de ser um jogador top novamente.
Digo isso, pois em toda sua vitoriosa trajetória, o Guga sempre se caracterizou por ser um dos jogadores que mais treinavam dentre todos do circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Ou seja, se com toda a qualidade técnica que ele sempre apresentou – desde que despontou para o mundo conquistando seu primeiro título em Roland Garros, em 1996 – a parte física e os treinamentos intensos sempre andaram lado a lado com as suas conquistas, não será de outra forma que o Guga conseguirá retomar o foco e o nível competitivo de outrora. E a pergunta que fica é essa: será que ele terá força e motivação suficiente para reconduzir seu corpo e mente ao nível de antes?
Se o Guga pensa em se manter ativo, jogando, sem se preocupar com os títulos, vitórias e a adrenalina dos grandes torneios, tudo bem, é um direito que ele tem; sua condição financeira e seu status como ex-número 1 do ranking, permitem tal pensamento. Agora, se ele pretende voltar aos velhos tempos, ou mesmo se pretende “beliscar” algum Grand Slam, ou um torneio Master Series, não será dessa forma, amargando maus resultados um atrás do outro, que ele irá conseguir.
Fica então a indagação pertinente a esse e a outros vários momentos que acometem a carreira dos mais variados esportistas de alto nível na história: será possível a um grande vencedor e recordista manter-se na ativa, apenas praticando a máxima do famoso Barão de Coubertin? Pode ser, mas que dói ver um atleta do nível do Guga jogando atualmente, e sabendo de tudo aquilo que ele já foi capaz de realizar, fica a vontade de ver suas raquetes aposentadas no alto do olimpo dos imortais do tênis mundial.
JPAnzanello.

Quase Mil Pesadelos


Fui ao Maracanã ontem, direto da Uerj, onde prestava exame para concurso. Depois de quase três horas de prova, muito suado e com a “cabeça quente”, corri como um louco para o meu refúgio de paz favorito: o Maior do Mundo.
Um pouco esbaforido pelo tardar da hora (meu relógio marcava 18:05, 5 minutos antes do início previsto do jogo), entrei pelo acesso em frente à Uerj mesmo, pela “vice-torcida” adversária, mas não enfrentei qualquer tipo de problema: o policiamento era ostensivo e eficaz. Pelo menos isso, né!?
Comprei minha meia-entrada na bilheteria 9, sem maiores problemas, liquidei minha terceira latinha de cerveja e parti para mais uma vitória do Mengão sobre o Vice da Gama. Ledo engano.
Começamos bem, dominamos o primeiro tempo, mas saímos com 1x0 contra. Nosso segunto tempo foi sofrível, a expulsão (sem critério) do Léo Moura acabou com a nossa força ofensiva e, a partir daí, foi torcer contra o milésimo do Baixnho contra nós. Ufa, quase que deu pra ele no final do jogo! Imagina, ficarmos marcados pelo gol 1000, justamente numa "hedionda" derrota por 4x0 para a bacalhoada? Nem pensar! Bom, bola pra frente, nossa vaga na final já está garantida. Melhor mesmo é focar a Libertadores e fazermos, mais uma vez, uma linda festa nas finais pra comemorarmos nosso 29º título estadual.
JPAnzanello.

A BELEZA DE UM BOM DESARME


Em tempos mais do que especiais dos quase mil gols do baixinho Romário, resolvi falar do anti-gol, do momento quase nunca valorizado em uma partida de futebol, do lance talvez mais odiado de um jogo, do momento de maior anti-clímax de um fulminante ataque: o desarme.

Mais do que pregar o anti-jogo, a retranca ou o defensivismo, gostaria de alertar, como também amante do bom futebol, que grandes jogadas, gols e títulos, se originaram de memoráveis e astutos desarmes. Nem sempre o desarme é contra o espetáculo. O bom desarme, aquele que eficazmente permite ao jogador adversário frear o ataque e retomar a posse de bola, se bem feito, em uma jogada limpa e leal, pode se tornar uma arma tão letal quanto um cruzamento bem executado, ou um lançamento preciso.

A presença de um jogador deste nível em sua equipe, capaz de roubar a posse de bola do oponente, sem parar o jogo, é de suma importância, tanto para armar taticamente as jogadas de ataque, quanto para mapear o posicionamento dos jogadores de defesa do time adversário. Ao efetuar um desarme, ainda que para isso a criatividade de uma jogada seja eliminada naquele instante, pode propiciar um momento único de clarividência na partida: o contra-ataque. Naquele momento, o time adversário, saindo para buscar o gol, tem grandes chances de ser surpreendido na recomposição da sua defesa, expondo seus pontos frágeis no esquema tático armado.

Um jogador que executa bem os desarmes, mais do que um destruidor, é um elemento-chave para conquistar a posse de bola, permanecendo com esta o maior tempo possível e possibilitrando novas jogadas de ataque. A presença do desarme no jogo, pode não ser um doce momento com o qual a torcida espera vivenciar, porém, se bem realizado, com a classe e elegância de um Falcão, um Carpeggiani, ou de um mestre como Didi, tem tanto charme e emoção, quanto uma bola nas redes... De preferência, um gol de canela, porque se for um gol de placa, a comparação não terá vez! Ops, falta!
João Paulo Anzanello - MARÇO 2007

Educação! Educação! Educação!


Este é o clamor que vem de todos os lados numa hora em que vemos adolescentes e mesmo crianças cometerem crimes bárbaros mostrando total ausência de senso moral.
Sim, podemos concordar, educação! Mas em que consiste a educação? Limita-se ela à simples instrução, ao aprendizado de conteúdos como os da história, da geografia e da matemática? Ou será ainda preciso juntar o conhecimento do inglês e da informática? Será que se reduz à profissionalização? Todo aquele que domina uma técnica, que tem uma habilitação profissional, pode ser considerado como educado? É possível aceitarmos a simples qualificação intelectual como critério para distinção do educado?
Ao que parece, a resposta é negativa. Os crimes, na sua maioria, são praticados por alfabetizados. Alguns chegam a ter um nível de escolaridade mais adiantado. Muitos são suficientemente alimentados e gozam de boa saúde. Há ainda os que, se não têm uma família bem constituída, pelo menos mantêm laços familiares com mãe, pai, avós ou outros parentes.
Estamos aqui nos limitando a analisar a delinqüência infantil e adolescente mas, se chegarmos aos adultos, veremos a criminalidade ocorrer entre universitários, entre membros da chamada classe média, entre os "bem nascidos" como é o caso do conhecido crime do "colarinho branco".
Por outro lado, é patente a honestidade e o senso moral encontrado, com grande freqüência, entre os excluídos sociais que vivem em regiões de seca, de extrema pobreza, morando em barracos de taipa, passando fome, sem escola ou assistência médica, completamente abandonados pelo governo e pela sociedade. Nesse grupo social não se encontra, com a mesma intensidade, a violência e a agressividade que poderia ser esperada e de certo modo, compreensível.
Não pretendemos aqui defender a manutenção da pobreza e do analfabetismo, apenas não aceitamos a teoria que justifica a violência pela injustiça social. Não, a nosso ver, as causas são outras. O pobre, o excluído, o socialmente abandonado não é necessariamente nem freqüentemente criminoso. Não queremos também fechar as escolas nem considerá-las como responsáveis por todo o mal de nossos dias. Visamos somente mostrar que instrução e profissionalização, embora procedimentos louváveis e necessários, não se confundem com educação.
A instrução propõe-se a levar o estudante a adquirir conhecimentos, a ser capaz de analisá-los criticamente para poder utilizá-los em suas necessidades.
A profissionalização visa habilitar o indivíduo a praticar uma profissão por ter apreendido os conhecimentos e as técnicas necessárias ao seu exercício.
A educação ocorre noutra instância. Ocorre na instância moral. Consiste na busca, na apreensão e na hierarquização dos valores de modo próprio e adequado ao aprimoramento da humanidade do homem. É apreendida e incorporada não propriamente pelo aprendizado intelectual, mas pelas vivências éticas.
Chega-se então a que o clamor pela educação não pode restringir-se apenas à exigência de escola como se ela, por si mesma, significasse educação. É preciso uma escola que não somente instrua e profissionalize mas que, especialmente, eduque.
A escola que educa propõe a reflexão sobre questões morais e ainda propicia a experiência de situações éticas. Constitui-se num local próprio para o exercício da moralidade, da cidadania fundamentados nos valores do respeito pela pessoa do outro e da justiça como o que leva cada um a dar ao outro o que lhe é devido.
Na falta das disciplinas "Ética", "Civismo", "Problemas Brasileiros" ou outras similares nos currículos escolares, essa reflexão é feita pelo "Ensino Religioso" quando há, que, ampliando o seu conteúdo, vai além dos seus dogmas e das suas doutrinas, promovendo a reflexão sobre o fenômeno humano.
Também a Filosofia procura cumprir esse papel, embora seu ensino seja limitado a algumas séries do Ensino Médio.
Resta ainda o papel educativo da mídia, que começa agora a tomar conhecimento com mais profundidade da sua imensa responsabilidade nessa área.
Por todas essas considerações juntamos nossas vozes ao grito geral: Educação! Educação! Educação! Que não se reduz à escola! Escola! Escola! Mas à necessidade de uma escola que eduque por promover a reflexão sobre a exigência do respeito e da justiça na convivência humana.
Vera Rudge Werneck, diretora do Colégio Padre Antonio Vieira
JB Online, 23/03/2007

PAN RIO 2007, A FAVOR OU CONTRA?


Mais do que apontarmos falhas de preparação, projetos mal feitos, estouros no orçamento e atrasos nas obras, temos que exaltar a presença do maior evento esportivo das Américas, sendo realizado na cidade do Rio de Janeiro pela primeira vez em sua história.

Temos sim, que cobrar e fiscalizar os gastos públicos com essa gigantesca estrutura esportiva que vem sendo montada. Mas, mais do que isso, temos que agradecer e comemorar todos os feitos e legados esportivos, seja com construções, arenas, incentivos ou projetos para o esporte olímpico, que serão deixadas para o povo brasileiro e, principalmente, para o povo carioca.

Projetos que não saíram do papel, dinheiro previsto que não foi suficiente, projetos públicos realizados sem licitação, tudo isso importa. Importa e muito! Mas não podemos nos abater pela falta de estrutura e planejamento adequados para a organização de um evento esportivo deste porte, apresentadas por nossas autoridades “competentes”. Temos sim, que erguer os braços – sem que para isso incentivemos a greve dos funcionários envolvidos nas obras do Pan! – e louvar todas as melhorias que serão deixadas para a nossa cidade, todos os equipamentos, quadras, centros e praças esportivas que serão aproveitadas pelo poder público, em prol do esporte.

A chance de incentivarmos um número cada vez maior de jovens a praticarem o esporte, saírem das ruas e não se envolverem em más companhias – onde é possível vislumbrar um futuro e perseguir alguns sonhos através do suor e do esforço físico – é muito mais importante e comovente, do que nos atentarmos “apenas” às falhas administrativas e fiscais e aos erros de projeto. Promover a integração do ser humano, da sociedade e do meio ambiente, através de um projeto interdisciplinar esportivo como esse, tem como função, o objetivo de formar cidadãos capazes de influenciar na melhoria da qualidade de vida.

Exaltemos, pois, a realização destes Jogos Pan-Americanos na cidade do Rio de Janeiro neste ano de 2007, como uma vitória da democracia esportiva, um marco na história do esporte nacional e o início de vários sonhos para uma geração de jovens e futuros atletas carentes de apoio.

João Paulo Anzanello - MARÇO 2007
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